segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nem Escafandro, nem Kafka, nem Raul. Talvez borboleta.

Decidiram caetanear Jean-Dominique Bauby
e o viraram do avesso
A borboleta enfim entregue aos ventos como o finalmente feliz final para Kafka
A borboleta voa e busca o mundo
e sente o mundo
Respingos de mares ancestrais em suas asas
ondas vulcânicas de calor
O abrigo das flores mais coloridas
o frescor da manhã mais nova
Luz inaugural do dia
nos recém-abertos mil olhos
Esvoaçar danças noturnas
secretas
apenas o farfalhar das asas
no sutil afago estrelar
trocas silenciosas de olhares
que se abrem e se fecham
em máscaras miméticas
flerte simétrico
vestir as asas
dos vôos troposféricos
desnublar os sonhos
desnudar o etéreo.
Desbravar o tudo
descobrir mistérios.
Ah! se um dia a borboleta
sentir vontade de voltar
ao casulo
com pesar irá constatar
que nele já não cabe mais
e com frio a borboleta
em suas próprias asas
se fechará.
Abra as asas, borboleta (!)
e se lance num tufão.

[Vôo das borboletas - Mário Brazil]

[Trailer - O Escafandro e a Borboleta]

[Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh - velha, velha, velha opinião]